Tempo de leitura: menos de 1 minuto
Ei, você! ?
Esse texto é um convite para te ajudar a se acalmar, a relaxar, a aproveitar o que está acontecendo neste exato momento em sua vida, a gostar mais de viver. É um pouco pretensioso sim, é verdade! Mas é realista também, pois é possível.
Vamos começar falando de um sentimento cada vez mais conhecido e experimentado por nós: a ansiedade. Todo mundo já ficou ansioso em maior ou menor grau, e quando decidimos viver em outro país e fora de nossa zona de conforto, podemos experimentar este sentimento de forma ainda mais intensa. São tantas as preocupações e incertezas (conseguir casa, trabalho, tirar o visto, aprender outro idioma, controlar as despesas, ir para a escola, nos relacionar com outra cultura, atender às expectativas da família, atender às nossas próprias pressões internas, realizar os sonhos e objetivos que viemos buscar) que podemos entrar em um estado nada agradável de extrema ansiedade e angústia.
A boa notícia é que existem algumas formas de lidar com tudo isso sem que gere tanto sofrimento. O autoconhecimento é o caminho, e as passagens para ele são inúmeras: psicoterapia, meditação, tarot, astrologia, relacionamentos íntimos, teste de personalidade e até testes do buzzfeed vale. O ser humano é tão interessante que há várias trilhas para este caminho e todas são válidas, e aqui vamos abordar uma reconhecida forma de vivermos de forma mais harmoniosa: a Atenção Plena.
O termo Atenção Plena (ou Mindfulness em inglês) é a prática de focalizar a atenção no momento presente e aceitá-lo sem julgamento. O objetivo desta técnica é ampliar a consciência sobre nossos próprios pensamentos, sentimentos e comportamentos, aprendendo a ser um espectador de nós mesmos ao invés de um juiz a interpretar e a julgar tudo o que acontece. Assim, podemos compreender mais facilmente que os pensamentos e os sentimentos são passageiros, e isso nos ajuda a equilibrar as emoções.
Este é, na verdade, um conceito milenar que vem da filosofia oriental budista. Buda já propunha formas de nos ligarmos ao presente através, por exemplo, da meditação como meio de desenvolvimento pessoal e espiritual. Aqui no ocidente, essa proposta é mais profundamente abordada em psicoterapias que se ocupam dos processos cognitivos que geram nossos sentimentos e comportamentos.
E por incrível que pareça, isto é simples. Não é necessário nenhum aparato especial para focar a atenção no momento presente. Você pode começar agora, por meio de posturas de meditação já conhecidas (sentada e silenciosa) ou simplesmente focando-se no que estiver fazendo, no lugar em que estiver. Basta tomar consciência e sustentar a atenção no momento presente, e quando isso acontece, é possível perceber o estado do nosso corpo físico, as sensações que estamos experimentando naquele momento, o fluxo de pensamentos que nos acompanha, os sons aos nosso redor, e por aí vai.
Através de evidências neurocientíficas, sabemos dos benefícios dessa atenção focada no presente, que promove mudanças estruturais e funcionais no cérebro e reduzem nosso nível de preocupação, de ansiedade, de sintomas depressivos, de insônia e de estresse, entre outros. A mudança na relação com nossos pensamentos e sentimentos (que surgem e desaparecem naturalmente) nos leva a uma maneira diferente de perceber e reagir ao que nos acontece externamente e nos ajuda a viver melhor.
Um abraço
Camilla Amaral é formada em Psicologia pela Universidade Mackenzie (São Paulo) em 2006, concluiu um MBA em Gestão de Pessoas na FGV e se especializou em Cognitive Behaviour Therapy pela City Colleges Dublin.
Membro da Psychological Society of Ireland (PSI) e da Associação de Psicólogos Brasileiros na Irlanda (ABPI), oferecendo, através de projetos voluntários, apoio à comunidade brasileira que vive em Dublin. Como co-fundadora do projeto TodxsAsCores, traz à tona questões atuais sobre relacionamento e sexualidade em formato de roda de conversa.
Sua abordagem eclética incorpora elementos da Terapia Cognitivo-Comportamental, de Atenção Plena (Mindfulness), da Terapia de Aceitação e Compromisso, da Terapia Comportamental Dialética (DBT) e da Psicologia Positiva.